quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Soul Parsifal - Legião Urbana Ninguém vai me dizer o que sentir Meu coração está desperto É sereno nosso amor e santo este lugar Dos tempos de tristeza tive o tanto que era bom Eu tive o teu veneno E o sopro leve do luar Porque foi calma a tempestade E tua lembrança, a estrela a me guiar Da alfazema fiz um bordado Vem, meu amor, é hora de acordar Tenho anis Tenho hortelã Tenho um cesto de flores Eu tenho um jardim e uma canção Vivo feliz, tenho amor Eu tenho um desejo e um coração Tenho coragem e sei quem eu sou Eu tenho um segredo e uma oração Vê que a minha força é quase santa Como foi santo o meu penar Pecado é provocar desejo E depois renunciar Estive cansado Meu orgulho me deixou cansado Meu egoísmo me deixou cansado Minha vaidade me deixou cansado Não falo pelos outros Só falo por mim Ninguém vai me dizer o que sentir Tenho jasmim tenho hortelã Eu tenho um anjo, eu tenho uma irmã Com a saudade teci uma prece E preparei erva-cidreira no café da manhã Ninguém vai me dizer o que sentir E eu vou cantar uma canção pra mim..








A hora de ir embora

Perdi a habilidade de ter a voz clara. Aquela voz que te avisa que tá na hora de ir embora.

Eu tenho ficado triste. Toda vez que vou até lá, volto triste.
Chorando calada no ônibus.
Eu não reconheço ninguém. Sinto que ninguém me vê, também.

Não pertenço mais.

Eu tô avulsa deles. E dessa forma me sinto avulsa de mim mesma.
Talvez isso seja o mais riste.
Se é só carência, infantilidade. Que seja, mas que entenda. Enxergue, pra poder ir embora.

Tá doendo, como criança.
E então, quando vou pegar minha menina no colo?

Acho que tá na hora. Já estou sozinha deles faz um tempo. Criar coragem para me dar o espaço que sinto que mereço.
Eu digo isso para mim. Eu me dou permissão.
Ainda são só palavras.

Man, passô da hora.
Bora convir comigo mesma. Que já tá ficando feio.

Tâ me rasgando inteira, deixando cabocla triste. Bem triste. Cansada de levar paulada. A expressão literal é essa. E já nem quero me contar pra ninguém. Um deixa pra lá de quem já não sabe mais falar sem estar cansada antes de começar.

Marginalizada. Deve ser esse o processo. E dói.
Apartada daquilo que um dia me pertenceu.

Eu quero desabrochar
Quero que a tristeza seja flor depois do inverno.
E que o jardim seja só meu.

Eu quero estrada.
Dentro de mim.