domingo, 7 de fevereiro de 2021

O dono dos meus devaneios

 Ele tem dominado minha mente.

Apenas a ilusão do todo que pode ser, do todo que quero ser para ser com você

Me esforço mto, brigo e crio metas mentais para impedir que divague sobre você

Mas não tem dado muito certo. E chega a estar cansativo. 

Penso no que você diria quando eu fizesse tal coisa, em como te contaria tal pensamento, em como seria a disposição dos móveis em nossa casa e como faria jantar esperando seu retorno do trabalho. 

Uma casa ampla, com muita madeira e iluminação amarelada e quente. 

Luminárias sutis, uma cozinha colorida, o quarto das meninas. Uma horta no quintal, e não me encha o saco, quero galinhas tb. 

Eu sou louca. Porque nada disso era pra estar na minha mente. Tudo que tenho é apenas sua atenção de segunda a quinta, as vezes sem a segunda.

Posso dizer de coração tranquilo que pelo menos faço uso da minha sinceridade e não simulo o que te digo. Sou isso mesmo, gato. Desse jeito, dessa loucura de quem tem a mente fértil e tá criando casa com seu avatar.


Sua vida é distante da minha. Sua vida deve ter tantas coisas quanto a minha para se ajeitar, por no lugar, reorganizar. 

E, diferente de mim, vc está com o coração quebrado ainda. E eu respeito isso e desejo imensamente que tenha todo tempo necessário para que o cole, da forma como tiver que ser. 

Meu coração já se quebrou,  e uma vez foi em tantos pedaços que foi preciso duas voltas da Terra ao redor do Sol para que se remendasse. Não serei eu a atropelar o que é tão necessário para que a gente se conheça de forma inteira. Na alegria e na dor. Na dor que também é a gente. E faz com que mesmo não querendo, busquemos o caminho necessário para recomeçar. 

Estou gostando demais de te ter como personagem dos meus devaneios. E com a consciência de que o que forjo são minhas intenções e que você não tem obrigação alguma quanto a elas. 

Eu não sei ainda qual é a casa do seu abraço, apesar de conhecer seu gosto e seu gozo. Eu quero muito conhecer seus sonhos, seus medos. 

Não sei qual o motivo deste encontro casual. Mas cada vez se enraíza mais o devaneio de te ter como parceiro de vida, de sonhos, de lutas e conquistas. 

E quero parar com isso, porque estou me acostumando com esse sonho recorrente. E não quero ter saudade daquilo que nunca tive, não quero a decepção daquilo que nunca que se anunciou, não quero o peso gelado em meu coração de constatar o que meu racional tão ágil sabe desde sempre, que tudo isso está apenas em minha mente. Que sou apenas uma pessoa a te distrair, uma conversa divertida, uma pessoa bagunçada e intensa que serve como entretenimento quando a rotina de segunda a quinta fica meio cinza tal como a cidade. 

Em um dos devaneios, nosso abraço dura. É quente, completo e deixa vontade de fechar os olhos e dormir. Morro de medo de que teu abraço seja casa. Porque ai será mais difícil ainda parar de devanear contigo em minha vida. De desejar. Assim como desejo seu corpo.