quinta-feira, 27 de junho de 2013

tum tum tumtum

ordem prática
coisas simples
cada uma em seu lugar

devagar
constante
diário e secundário

comum
no chão
com pés me guiando

sem asas
controle
cuidado nesse sonho

devagar
constante
diário e secundário

ações
delírios
um pouco deixo estar

comum
no chão
com pés me guiando

real
estável
paciência em seu lugar

caminhando
caminhando
eu sei que não posso ficar parada
alguma coisa acendeu
não tenho como recuar
as portas de mim foram abertas
são lugares que nunca quis estar
ao ponto de nem imaginar quanto escuro poderiam existir
eu vi como aqueles momentos, duros e pesados porém decisivos de nosso caráter
caminhando
caminhando
paro para o cigarro
observo
pessoas que passam, sobem, descem nas calçadas nos ônibus nas lojas
paro e escuto
quantas vozes se é uma só
de onde elas veem?



tum
tum
tumtum


sexta-feira, 21 de junho de 2013

jardim

Eu eu eu

vou falando sempre de mim.
por ai
por aqui

penso sempre de mim
por mim
de mim.

Tem hora que cansa
cansa tudo
dá bode

Me irrito
Eu fumo
fumaça
e café

e a mente que não para

respiro
quero um quintal
um céu
e um jardim




sexta-feira, 14 de junho de 2013

Não sei se vou ter coragem de te enviar essa mensagem

Faz tempo que penso em como conversar com vc.
As vezes me segurava por ainda nao estar certa de que retomar o assunto faria bem a alguem.

Na verdade tudo que quero pedir é desculpa. Por um passado que infelizmente eu teci entre nós.
Por ter sido como fui, e ter agido de forma tão leviana com alguém que sempre só me demonstrou gentileza.
Hoje lamento muito minha postura infantil.
Tento me relembrar e saber porque fiz como fiz, sem pensar no que o outro sentiria com meus atos.
Era um misto de inquietude e incertezas, ao mesmo tempo como se minha unica obrigação fosse provar de tudo que houvesse oportunidade. Do bom e do ruim, do amargo e da tristeza muitas vezes. Como se a vida fosse curta o suficiente para não caber em si. Eu precisava de histórias. Eu achava que elas eram tudo o que iriam me sobrar.

Eu segui por esse caminho por algum tempo. Acho que cheguei a esgotar a graça do imprevisto e improvável. As novidades cansavam. E a instabilidade já era interna.

Hoje sou grata por ter tido a chance de retornar a um lugar que me pertencia e eu recusava. Relembrei o gosto da irmandade, de estar junto e poder ser alguém para se contar. Poder ajudar e estar presente bastam. Isso vale mais que histórias malucas. E deixa a mente bagunçada um pouquinho menos inquieta.

E sempre vc me tratou de forma educada e gentil. No início eu até percebia o quanto não era legal para você mas mesmo assim nunca houve rudeza. Ou me fez sentir mal.
Na verdade, agora quando voltei da viagem ao Acre, eu sentia uma necessidade de lhe dizer o que falo agora. Acho mesmo que o mais correto teria sido falar pessoalmente. Eu tentei. Numa oportunidade que tivemos sozinho eu vacilei, e nunca mais achei q dava.

Por isso, por aqui, por face...