Hoje já não te procuro mais. Acho que nem mais lhe espero. Retiro assim uma angúsita descabida que me atormentava. Se não fosse então, viveria os tempos na expectativa de um sonho do amor, tão mais doce em telas de cinema, que jamais seria acalentada por sua simples irrealidade.
Não compreenda que retirei algum espaço que lhe cabe. Existe tanto quanto a certeza de seus olhos. Infinitamente sei que nos escolheremos entre todos os outros caminhos que nos apresentaram. Buscaremos somente aqueles que garantirão a convergencia dos passos.
Hoje deixo livre o dia de sua chegada. Não impora a data, ou o mes. Será do jeito da novidade e espanto.
Já fui de amar tanta gente. Já me perdi em tantos desejos pequenos. Sonhozinhos que me animavam por 30 minutos. Que o divertido me faz agora em ser apenas sincera. Da cor que escolho para minhas calças, da forma como escolho sentir o sol que me esquenta. Do gosto que prestarei atençao ao me alimentar. Da razão de não precisar explicar, saber de tudo que ainda me cabe a fazer, e de todos que ainda podem contar comigo. Que meu motivo me faz existir.
A gente sempre aprende se souber que nossa vida nos pertence. Se não ficamos infantilmente jogando as batatas quentes para outras dores e outros donos. E vive, quem se joga na escola, o doce mais suave que é o simples encontro consigo. Podemos então, passado a isso, esperar que aprendamos a amar.
Diremos amor nos olhares trocados pelas esquinas. Diremos amor ao toque e gentileza em cada novo ombro que encostarmos. Espero então agora, o dia em que a simples compreensão da nossa fragilidade nos faça mais humanos e menos deuses de si.
Entenda por aqui porque não preciso mais esperar por ti, meu grande amor. Nessa certa manha te encontrei no sorriso sincero que ofereci ao cobrador do onibus.
Apenas faz falta o seu corpo que se esfria por ai.
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